Fisioterapia para clavícula

Tratamento fundamental para recuperação desta lesão óssea e prevenção de novas lesões

A clavícula, conhecida como “osso da saboneteira”, é um osso do corpo humano em formato de “S”  localizado na parte superior do corpo, responsável por unir os ombros ao tronco. Dividida anatomicamente em três regiões, a clavícula permite a mobilidade dos membros superiores e a implicação de força através deles.

A fratura na clavícula é uma lesão óssea comum, tanto em crianças como em adultos. Devido aos impactos e quedas devido a prática de esportes, o grupo mais afetado por essa lesão óssea são os atletas, principalmente ciclistas, skatistas e lutadores.

Diversos são os fatores que influenciam a conduta de tratamento para esse tipo de lesão óssea, mas independente do tratamento determinado pelo especialista após o diagnóstico, a fisioterapia é fundamental para uma recuperação completa e funcional, assim como para a prevenção de novas lesões.

Causas e tipos de fratura na clavícula

As causas para uma fratura na clavícula são diversas. Em geral, essa lesão óssea está associada a traumas diretos, como pancadas no local, ou traumas indiretos como quedas sobre o ombro, acidentes de carro, acidentes esportivos, entre outras. Bebês podem ainda fraturar a clavícula na passagem pelo canal vaginal, no momento do parto, mas por sorte essa costuma ser uma lesão com risco de complicações muito baixo.

A causa da lesão pode influenciar no tipo de fratura ocasionado na clavícula, que pode ser uma fratura do tipo cominutiva (multifragmentada), uma fratura do tipo transversa ou uma fratura do tipo oblíqua.

A gravidade da fratura na clavícula é determinada pelo especialista que se baseia em fatores como:

• Fratura exposta;
• Lesão nervosa ou vascular associada;
• Localização da fratura no osso da clavícula;
• Desvio dos fragmentos e deformidade;
• Padrão da fratura;
• Energia/mecanismo do trauma.

Fratura na clavícula: sintomas e diagnóstico 

Os sintomas da fratura na clavícula são dor intensa, sensibilidade no local, hematoma, edema, diminuição da mobilidade do braço e do controle de movimento. Além disso, o paciente apresenta uma assimetria dos ombros e a cabeça pode ficar inclinada para o lado da clavícula em que há fratura.

O diagnóstico da fratura na clavícula é determinado por exame clínico e exames de imagem. A radiografia (raio-X) costuma ser o exame de imagem mais indicado para identificar o local e tipo de fratura. Mas, dependendo da causa dessa lesão óssea, do tipo de fratura identificado na radiografia ou de fatores de gravidade observados pelo especialista no momento do exame clínico, podem ser solicitados outros exames de imagem como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética.

Tipos de tratamento para fratura na clavícula

Para esse tipo de lesão óssea podem ser indicados dois tipos de tratamento, o conservador ou a cirurgia, de acordo com o tipo de fratura e sua gravidade. O especialista avaliará, principalmente com base nos exames de imagem, qual é o melhor tratamento para cada caso.

O tratamento conservador consiste na imobilização e uso de tipóia, por cerca de um a dois meses, para que o corpo possa realizar os processos biológicos necessários para regenerar o osso e curar a fratura. Podem ser receitados medicamentos para auxiliar no alívio da dor.

Independente do tratamento determinado pelo especialista, a fisioterapia é uma ferramenta essencial no processo de recuperação de uma fratura de clavícula para evitar rigidez e fraqueza muscular, assim como para auxiliar na prevenção de novas lesões.

Fisioterapia para clavícula: tratamento fundamental

Após o período de repouso necessário, o médico especialista indicará ao paciente sessões de fisioterapia, com um profissional, para trabalhar na recuperação da força muscular, assim como, restaurar e restabelecer a mobilidade do braço e o controle do movimento.

Inicialmente, o fisioterapeuta realiza uma sessão para avaliação individual do paciente, considerando itens como:

• Análises do ortopedista;
• Tipo e gravidade da fratura;
• Estabilidade da fratura;
• Tratamento conservador ou cirúrgico;
• Situação da fratura;
• Limitação do movimento;
• Características físicas e dificuldades do paciente;
• Dor e sensibilidade;
• História de vida;
• Idade.

Após obter os dados necessários na avaliação individual para iniciar o tratamento, o especialista elabora o melhor plano fisioterapêutico de atendimento para cada paciente, adequado às suas individualidades e limitações, e este plano pode ser dividido em três etapas:

1ª Etapa

Levando em conta que no início do tratamento o paciente ainda apresenta dor e edema no local da fratura, o fisioterapeuta pode utilizar técnicas como gelo, infravermelho, laser, ultrassom e estimulação elétrica nervosa transcutânea para auxiliar no alívio dos sintomas e estimular, aos poucos, o local da lesão.

Dependendo do quadro do paciente, conforme os dados obtidos na avaliação inicial, o especialista pode solicitar ao paciente que realize alguns exercícios leves.

2ª Etapa

Conforme a progressão do paciente, nessa etapa, o fisioterapeuta pode introduzir no plano terapêutico a realização de exercícios ativos, como abdução e adução, e exercícios isométricos. É importante que o especialista oriente o paciente a realizar os exercícios em frente ao espelho para auxiliar na autocorreção.

3ª Etapa

Nessa etapa, o plano terapêutico pode incluir alongamentos articulares, exercícios isotônicos e atividades isométricas. O treinamento de propriocepção é importante para uma recuperação completa e para prevenção de novas lesões.

O aumento da intensidade dos exercícios é determinado de acordo com a progressão de cada paciente, assim como, com as análises do ortopedista sobre a evolução da fratura, evidenciada nos exames de imagem.

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